sábado, 19 de junho de 2010

Mutilações políticas


A nossa política parte agredindo as camadas que deveriam fazer a diferença nas sociedades, nossos acadêmicos rio-grandenses parece estar cada vez mais distantes das lutas e movimentos estudantis, isola-se um DCE dentro de uma universidade, com integrantes juntando dinheiro para bancar candidatura e apoio a políticos da velha escola, até quando se manterá este sistema corrupto de se fazer política a interesses próprios?
Nossos assuntos diários são diversos, desde futebol, telenovelas e programação geral da TV. Enquanto a nossa política se baseia no pão e circo que a muito tempo já é utilizada, nos esbarramos nas burocracias e corrupções em geral, que parecem estar cada vez mais próximos de nossas casas.
Da região metropolitana, passando pela região central indo à região noroeste pode ser citados exemplos de maus estudantes, que ambiciosos por um enriquecimento e “favores”, vendem-se, se fantasiando de alunos, fazendo campanhas, com dinheiro que no mínimo podemos chamar de suspeita procedência, fraudam, vencem e vão dominando os órgãos que deveriam representar os estudantes e lutar por um estado e país mais justo.
A inteligência que começou a usar estes meios para matar as revoluções, antes mesmo destas nascerem, um aborto por assim dizer, só não ultrapassa a burrice da não renovação destes meios. A alienação é geral, livro ou novela? A consciência política esta minada, pense e seja tido como louco, a regra é especifica, geral e de amplo acesso, todos possuímos as especificações para sermos engajados nisto, basta pensar.
Nossa UNE é chamada de pelego do governo, este que investe dinheiro nunca imaginado nela, nasce a ANEL, esta parece estar marcada como gado por políticos militantes, do que adianta fazer meio certo, se quando a oposição sendo coloca na posição, assumira não só o nome, mas a forma de agir da antiga, mas da nova oposição. Estão lançadas as idéias, há estudantes em muitas universidades e escolas com vontade de mudar, de reformar a velha política, sem Sarney’s, Maluf’s e frutos do mar.
Nesta semana minha experiência foi na UNIFRA, na cidade de Santa Maria, de uma forma preconceituosa, conheci duas chapas concorrentes para o DCE desta instituição, a chapa 01, silenciosa, mas com idéias fortes, e uma chapa 02, com nome intitulado de oposição, com idéias mal formadas e ótimo “paitrocinios”, segundo denuncias, pareciam estar sendo favorecidas por diversos fatores, esperamos o melhor para os estudantes do mundo, e neste centro universitário, há grandes chances de se fazer diferente, a hora é esta, não deixar ser dominada no seu meio principal de luta, estudantes da UNIFRA, não podem deixar acontecer o que aconteceu com diversas outras instituições de ensino, FAPA, PUC, ULBRA, URI, etc.
As eleições desta é dia 21 de junho, independente da chapa que se intitular como representante dos estudantes, deve-se fazer marcação forte para que a transparência e coerência sejam sempre foco, direitos e deveres cumpridos.
Vivas aos movimentos estudantis e a seus representantes.

Professores perigosos

Em nossas recordações sempre mantemos um espaço para um lugar que nos marca, sendo de uma forma boa ou má, a escola com seus professores, aqueles que nos cobravam, que nos envergonhávamos em não ter feito os deveres de casa, que o maior castigo que nos penitenciavam era de “chamar a nossa atenção”, estude mais, assim não vai aprender. Quem nunca teve um professor marcante, aquele que se vestia esquisito, aquela que falava de uma forma muito doce, ou outro que falava em greve e revoluções? Mas quando o assunto é este, o assunto já começa a tomar novos ares, diga-se de passagem, ares pesados, olhares amedrontados, mãos aos bolsos vazios e muitas vezes furados, quando tudo isto bate as portas da escola, e as sinetas não tocam mais com aquela mesma sonoridade, algo ira explodir.

Quando a greve se arma surge o perigo, o governo se omite as reivindicações dos profissionais da área de ensino. O perigo é constante, sendo que os professores, não se contem em apenas agitar o sino dando sinal de mais uma chamada para planos secretos na sala dos professores, vão alem, vão às ruas, lutar, gritar, armar bombas? Não, a melhor arma destes é a boca, e é uma arma que assusta, arma que não mata, arma que transforma as bases, que ensina.

Impressionante que ao longo da história, nossos governantes esgotam até a última gota de paciência dos perigosos professores, se um ladrão rouba algo, a policia o castiga durante dois, três anos no máximo, se alguém escolhe ser professor, escolhe o mártir, os castigos lhe serão constantes, e diversos são os fatores, salários baixos, os espaços físicos não correspondem as necessidades, os materiais dedicados a estes muitas vezes não suprem o mínimo de exigência, para ser um destes profissionais a primeira coisa que se deve ter é amor real.

Ao longo da história muitos foram os que motivaram, apoiaram e criaram movimentos de revolução, calar e assustar os professores é uma tarefa difícil. Eles pensam e fazem pior, nos apóiam na hora de reflexão, nos estimulando a sermos mais críticos. São verdadeiros perigos para a paz e estabilidade social, querem melhorar a sociedade e para isto a tranqüilidade e comodidade de alguns poucos são ameaçados, estes poucos estão bem, ricos, famintos para se tornarem mais ricos, e o professor, a cada dia mais pobre.

Melhor chamar a policia, o BOE, o Exército, a CIA para que todos unidos os deixem a tocar sinos anunciando mais um intervalo de aula que se segue na vida, e não nas ruas. Uma revolução em tempos tão modernos, onde tudo esta tão “ajeitado”, a vida é tão negociável, tem uma cesta básica se votar no político “x”, imagina uma professora com carinha de anjo dizendo que tudo isto está errado, e que devemos mudar? Que medo só em imaginar.